22 setembro 2007

quanto à homenagem...

À mensagem que acabei de lêr, mas que não está assinada, só posso dizer que já nada me surpreende.
No início, muitos foram os que falaram na tal homenagem que achavam que o Zé Marinho merecia.
Infelizmente, porque acho que a merecia pelo seu trabalho e pela sua constante luta pela música portuguêsa com alguma qualidade, as pessoas têm tendência para se esquecer com muita facilidade dos que partem.
Como eu já disse, os amigos do Zé Marinho morreram quando ele partiu e isso doi-me muito!
Ele esteve sempre disponível para todos os que de uma forma ou de outra precisaram dele.
No dia 12 de Novembro ele faria realmente 44 anos. Só os seus verdadeiros amigos o irão lembrar e, certamente, não vai haver nunca a dita homenagem de que falaram.
Lamento!

A homenagem prometida

Em Novembro deste ano, 2007, o Zé faria 44 anos. Desde aquele ensaio (de despedida) de Maio de 2006 prometeu-se saber relembrá-lo em breve, com a dimensão merecida.
Até este momento, as questões materiais da vida têm-se sobreposto às questões espirituais da memória. Em Novembro deste ano, 2007, continuamos sem saber por onde começar.
Será que, em Novembro, deste ano, 2007, poderíamos encontrarmo-nos para falar dele?
Sabiam, os seus amigos, que, para além da música, ele amava com paixão dois filhos, que se tornaram os nossos dois novos companheiros de vida?


21 setembro 2007

As saudades que tenho de ti


Olá José!

Onde quer que estejas, espero que te encontres em paz.
Será que o sorriso que tinhas nos lábios quando partiste foi uma maneira de me tentares tranquilizar?
Nunca obterei resposta para isso.
Esperáste que olhasse para ti e caíste. Foi a tua despedida?
Dizem que a última coisa que se perde é a audição. Leváste contigo a minha voz, e a última coisa que te pedi foi para não me deixares. Mas tu, infelizmente,  já não tiveste força.
Estava agarrada a ti quando deixaste de respirar e sei que não sofreste.
Dizias-me que ficariamos juntos até que a morte nos separasse e o desejo foi cumprido. Nunca me disseste que iria ser tão cedo!
Estava mentalizada e preparada para todos os problemas de saúde que irias ter por causa da diabetes. Consegui "safar-te" durante estes anos todos. Mas, desta vez, a tua vida não estava nas minhas mãos e eu não estava preparada para ficar sem ti.
Passaram quase 16 meses e a dor que sinto não diminui.
Serei certamente a pessoa que mais tempo passou contigo,que te acompanhou ao longo de 26 anos, que te conheceu como ninguém, com todos os defeitos e qualidades, que partilhou contigo todas as alegrias e tristezas.
Muitas pessoas gostavam de ti e quiseram acompanhar-te no dia 27 de Maio. A essas, agradeço do fundo do coração.
Àqueles que, sei quem são mas não vou mencionar, tiveram atitudes menos correctas contigo, que foram ingratas e não souberam dar valor ao que fizeste por elas, tenho pena. Posso, mas não vou dizer o que penso àcerca delas. Se tiverem consciência, te-la-hão certamente pesada.
Os nossos filhos preferiram guardar de ti a imagem dum pai vivo, bem humorado, lutador, amigo e que sempre lhes deu tudo o que queriam. Aí erráste! eu agora não lhes posso dar o que os habituáste a ter. Ninguém é perfeito, certo? Estás perdoado e nós vamos sobreviver.
Os teus amigos e a tua família morreram quando tu partiste. Temos pena!
Esta casa tornou-se demasiado grande e muito, muito mas muito silênciosa!
Sinto-me só! É muito difícil viver sem ti! volta! vem dançar comigo na cozinha para os nossos filhos se rirem à gargalhada. Vem agarrar-te a mim. O papagaio já não tem ciúmes e não te vai morder. Vem comigo outra vez para Paraty.Prometo que não vou entrar nas lojas todas enquanto tu ficas a apanhar uma seca.
Volta!
O que tenho que fazer para voltares?!
Vou continuar a amar-te, mesmo que não me ouças!

Iva Marinho