02 junho 2006

...havia ali um homem de fibra e com muito para dar

A notícia da morte do Zé deixou-me, obviamente, aparvalhado. Lembrei-me,
claro, do nosso encontro no bar «Outro Tempo» (o tal junto à Rua de São
Bernardo, ao pé do Jardim da Estrela), dos projectos que não chegámos a
levar por diante, e também das outras vezes em que estive com ele. Poucas, é
verdade, e que não chegaram para cimentar uma amizade, mas que deram para ver
que havia ali um homem de fibra e com muito para dar. Lembro-me, sobretudo, das
sessões de gravação do programa «Cantares de Amigo», do Paco Bandeira, já
lá vai talvez uma dúzia de anos, nos estúdios da Textimédia, onde eu então
trabalhava. E guardo desses tempos memórias divertidas, embora poucas. A
verdade é que não fiz parte do seu círculo de amigos mais próximos, mas nem
por isso deixo de sentir a sua partida como a de alguém com quem simpatizei à
primeira e com quem tenho pena de não ter chegado a trabalhar.

Para o que for necessário para perpetuar a sua memória, dentro das minhas
limitadíssimas possibilidades, contem obviamente comigo.

Um abraço
Viriato Teles