31 maio 2006

para ti mano Zé

Adeus até logo irmão amigo.

Quando estivemos a fazer o Parque Maior muitas vezes te disse: mano andas a trabalhar demais … tens que ter cuidado, claro que tu me respondeste sempre sorrindo com a boca e com os olhos, não te preocupes que se eu me passar vocês é que têm que continuar a aguentar esta luta… tu estavas sempre feliz porque amavas o que fazias …. Aliás deliravas quando tinhas que ir para casa toda a noite fazer mais um arranjo e chegavas a rir imenso a dizer consegui.

Zé e agora com quem vou desabafar ? pregaste-me uma partida, foi um clique e partiste sorrindo no posto de trabalho, foi como querias não sofreste.

No átrio da capela onde todos chorámos, tive momentos em que pensei se chegasses agora aqui gozavas connosco e contavas uma anedota, comias uma maçã e depois dizias embora tocar um bocadinho.

Olhei concentrada para ti no dia 26 e parecia-me que me estavas a gozar e ias abrir os olhos e acordar de um pequeno sono bem merecido depois de um dia com tanto stress.

A cumplicidade de 22 anos não se apaga … recordo permanentemente com episódios fantásticos.

Quando te conheci em 1984 tinhas muito cabelo, foi a única coisa que perdeste, pois a alegria, a fidelidade, a integridade, o entusiasmo, a dignidade, o respeito, o profissionalismo, a disponibilidade para todos … isso não mudou nada

Quero continuar a estar contigo, e vou fazê-lo estando com a tua família.

Sei que estás tranquilo pois sabes que os amigos estão aqui a dar o amor que nos destes aos que mais amavas, IVA, TIAGO e ALEXANDRE.

Foi um privilégio ser tua confidente …. Sei que me vais inspirar no que devo fazer para continuar a colocar de pé a tua obra … aliás já tenho imensas ideias e que já estou a desenvolver que continuam a estar entre nós na tal cumplicidade que vai permanecer.

Adeus até amanhã … beijinho

Né Cordeiro